quinta-feira, 20 de agosto de 2009

INFORMATIVO DO CAMELÓDROMO

MARÇO - ANO1 – N° 2

UNIDADE: ESSA É NOSSA FORÇA

Queremos começar agradecendo o apoio de mais de 80% dos camelôs instalados no camelódromo, pessoas que enxergaram que só através da unidade podem se proteger de atitudes contrárias às nossas ansiedades e direitos.

Destacamos a ajuda de nossos coordenadores de corredores que foram fundamentais na articulação desse grande protesto, organizado e pacífico e que mostrou nossa força dentro desse projeto que foi construído para camelôs, e como tal vai ter que ser respeitado, não vamos admitir que nossos irmãos camelôs sejam esfolados por um sistema que só visa dinheiro, temos obrigações? Temos e vamos cumprir, mas o empresário e a secretaria também tem, e uma delas é olhar essa obra como um projeto social e não simplesmente como uma obra de cimento e ferro que vai dar lucro.

O estopim desse protesto foi a falta de consideração do empreendedor, que não respeitou uma determinação do comitê gestor que em votação decidiu pela retirada da loja de vidro e a remodelação da escada, medidas emergenciais que darão mais fluxo de pessoas no bloco B. Avisamos a Verdi na última reunião, na frente do diretor de fiscalização, Bulling, que se não começassem “ontem” as obras faríamos um protesto, eles (Verdi) não levaram a sério, mas nós levamos, pois temos compromissos com 800 camelôs que acreditam em nossa administração. Mas isso não foi tudo, insistimos na carência para todos os camelôs, pois todos estamos atravessando por um processo traumático de transição, onde mudamos completamente nossa maneira de trabalhar, precisamos de tempo para nos adaptar a essa nova realidade e também para conquistar novos clientes que ainda não chegaram e por conseqüência não estamos vendendo. Enxergamos que no bloco B 90% das pessoas não pagaram seus aluguéis e que no bloco A aumenta a cada semana a quantidade de pessoas que não conseguem mais pagar em função do baixo número de pessoas e de vendas, queremos ressaltar que não estamos pagando, não por que somos desonestos ou trapaceiros e sim por que não estamos vendendo o suficiente para comer e pagar o aluguel. Compreendemos que o empreendedor gastou milhões nessa obra, mas também sabemos que todo o custo foi financiado por um banco que também deu um tempo para o empreendedor começar a pagar, então nada mais justo que nós, pessoas humildes e trabalhadoras, tenhamos esse mesmo direito.

Para que ficasse bem clara nossas reivindicações, chamamos ontem vários vereadores, de todos os partidos e também um deputado estadual, que nos ouviram e também ficaram juntos na reunião que aconteceu logo após o protesto, onde ficou assegurada a retirada imediata da loja de vidro e logo após a remodelação da escada de acesso, e também que segunda-feira todos os vereadores e deputado estarão presentes na reunião com o secretário Cechhin para tratar de uma pauta específica que é a nossa necessidade de uma “carência”.

Pedimos desculpas àqueles que não concordaram com nosso protesto, pessoas que se sentiram incomodadas com o que fizemos. Queremos esclarecer que não obrigamos ninguém a nada, pois não é assim que trabalhamos, mas importante que todos saibam que nossas reivindicações não são para um grupo e sim para os 800 camelôs que convivem nessa casa chamada camelódromo e nada mais justo que todos saibam o que está acontecendo e o que estamos fazendo. Nosso principal objetivo é fazer com que esse barco que estamos navegando não afunde, pois se isso acontecer vamos morrer todos juntos e com certeza não é isso que queremos, pelo contrário, vamos trabalhar com muita força e dedicação para que todos se dêem bem e não só os amigos do rei.

OBS: E para aqueles que disseram que este protesto iria afastar as pessoas de visitarem nosso camelódromo, queremos dizer que aconteceu o contrário, o fluxo de pessoas aumentou e aumentou e muito depois de nossa ação.

Juliano, Neca e Viviane

Representantes do camelódromo

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