quinta-feira, 15 de abril de 2010

Fernanda Melchionna e Sofia Cavedom denunciam relação Becker/VERDICOM

As vereadoras Fernanda Melchionna e Sofia Cavedom denunciaram as relações estreitas entre o ex-Reitor da Ulbra Rubens Becker e a Verdicom, empresa que controla de forma autoritária o Camelódromo de POA.

Quem quiser escutar o que as vereadoras disseram basta clicar no link abaixo.


http://www.4shared.com/audio/Df2RuSFb/udio_0001.html

domingo, 4 de abril de 2010

Até aonde vai a ganância?

Beatriz,

Primeiro quero te desejar um bom dia e uma feliz páscoa.Infelizmente para muitos de nós do camelódromo não vai ser uma boa páscoa, principalmente para aqueles que tiveram suas bancas lacradas pelo autoritarismo da Secretario Cecchim, que como um bom servo atendeu a ordem da Verdi construções.Retirou de uma maneira covarde espaços de trabalho de dezenas de pessoas que acreditaram em um projeto social, e te digo que não vai parar por ai eles estão prometendo que na proxima semana vão fechar mais bancas, para assim dar continuidade ao projeto de retirar todos os camelôs e colocar grandes empresarios dentro de um espaço que a sociedade porto alegrense cedeu para nós os camelôs.Claro que não vamos aceitar calados vamos resistir e já estamos prontos para paralisar o camelódromo, principalmente no bloco B, onde os problemas são maiores.Beatriz tu sabes que aquelas propostas que enviamos para a SMIC não foram aceitas, mesmo tendo o ministério público como mediador.Isso prova que eles não estão nem aí, não respeitam ninguém mandam as favas até mesmo este órgão tão respeitado.E todas essas ações medievais que estão sendo cometidas por seres inescrupulosos em pleno século XXI estão acontecendo aqui em Porto Alegre, cidade que foi considerada a mais democrática onde a igualdade era uma das principais bandeiras erguidas,onde os direitos eram preservados e tudo mais que conquistamos, pois bem parece que tudo isso foi esquecido por esses novos gestores,hoje a ordem é reprimir e aniquilar qualquer movimento social,de que maneira: mentindo e tentando disligitimar lideranças que lutam por tudo isso que dissemos e confiamos.E o que mais me preocupa não é o fato de esses gestores esquecerem, e sim a sociedade, pois eu vejo que o povo esta quieto, não grita mais, aceitam sentado as acrobacias feitas por esses maus gestores.Onde esta o povo para exigir do ex-prefeito Fogaça a explicação dos dez milhões que sumiram dos cofres públicos na área da saúde? onde está o povo para gritar e exigir do ex-prefeito Fogaça as obras do Orçamento Participativo,onde está o povo que se omite e não exige toda a verdade sobre a SOLLOS, ainda mais quando um crime é cometido? onde esta o povo que vê o camelódromo se afundar e não cobra a conta, onde ele(povo) foi fiador? é triste ter que dizer isso, mas é a pura verdade. Para terminar minha querida Beatriz quero te dizer que ontem visitei a Dna. Maria Carneiro lá no hospital Porto Alegra quarto 510,essa senhora de 74 anos é uma vítima do senhor Cecchim,sim está lá a beira de um infarto graças a esse cidadão que em conjunto com a Verdi construções cassaram seu ponto no camelódromo.Temos também o senhor Noé Dias,um homen de família que com quase 50 anos por não ter sua banca reaberta teve que se submeter a correr as ruas vendendo algodão doce para trazer sustento para sua mulher e filhos. Cito essas duas situações e poderia citar mais como a ameaça de infarto da dona Gessi que teve de se internar as pressas no hospital São Camilo em Esteio,também por ter seu ponto no camelódromo ameaçado de fechamento.E sabe quem que promoveu esses terrorismos? O Prefeito FOGAÇA e seu secretário,Cecchin, que por terem obrigações com a Verdi construções obedecem e se curvam, mesmo que para isso tenham que matar inocentes.
Um beijo no teu coração Bia e continue assim, não se renda nunca por mais que sejas ameaçada.

Juliano do camelódromo.

sábado, 3 de abril de 2010

Mostrando a verdadeira face!

Beatriz, desejo um bom dia.Mas infelizmente não posso te dar boas noticias do camelódromo, como se não bastasse tudo aquilo que denunciamos como o fechamento de bancas , retenção arbitrária de mercadorias, humilhação, brigada militar,tumultos e total falta de interesse por parte da prefeitura e verdi construções em solucionar um problema que eles mesmos criaram, agora eles apresentam outra faceta bem a cara deles.Na sexta-feira, antes de apagar a luz e se retirar o Sec. Cecchin convocou uma reunião com a Verdi construções e mais duas camelôs,que supostamente seriam de um comite,(o representante do comite sou eu e fui eleito pelo voto,mas claro não fui convidado por deduções obvias)e tiraram a seguinte resolução:Não tera direito a voto aquele que estiver inadimplente. Explico voto:agora dia 26/04/10 tera eleição para o novo comite gestor, e como eles estão vendo que nosso grupo é forte e pretende continuar na resistencia contra todo tipo de ações que não condizem com o projeto original que fala em projeto social e por estarmos defendendo aquilo que é de direito temos o apoio da grande maioria só que a grande maioria esta devendo e por isso eles querem cercear nosso voto.Uma COVARDIA FEITA POR DITADORES QUE PENSAM QUE SÃO PERPÉTUOS NO PODER.Importante ressaltar que temos um regimento e lá não consta tal aberração,foi criada para proteger covardes que não sabem lidar com a democracia.Claro que já denunciamos tal atitude para o ministério publico,mais uma,e temos certeza que esse golpe não vai dar certo.Sinto ter que te dar mais essa noticia ruim,mas temos que mostrar o quanto esse secretário é monstruoso e cada vez fica mais claro que esta a serviço do empreendedor que dita as regras e a prefeitura cumpre.Esperamos que agora com a troca do prefeito e de secretário (walter nagelstain) as coisas mudem pelo menos um pouco, e pedimos aos teus ouvintes que lembrem de tudo de ruim q ue esse ser protetor de ricos fez com nós camelôs na hora de dar seu voto,já que ele é candidato.Enquanto isso vamos aguardando com as bancas fechados a resposta do ministério público, acreditando que tudo vai dar certo,de preferencia antes da pascoa para assim botarmos algumas migalhas no bolso.

Obs:Sabe quem a SMIC e VERDI querem que vote na eleição? aqueles que estão absolutamente em dia, e só quem esta nessa condição são lojistas que estão tomando conta de nossa camelódromo.obrigado e um grande abraço para ti e teus ouvintes.juliano do camelódromo.


Queremos agradecer o empenho da jornalista Beatriz que se solidarizou com a causa mostrando a realidade dos acontecimentos no camelódromo em seu veículo de trabalho. Todos os guerreiros do camelódromo agradecem sua ajuda!!!

quarta-feira, 31 de março de 2010

Mais uma batalha!

Tentativa de golpe

Ficamos incrédulos com a covardia apresentada pala SMIC e os donos das pedras do comelódromo, (Verdi), sim porque é disso que eles são donos, o terreno é público e foi doado para nós, os camelôs. SMIC e Verdi vendo que seus pelegos vão perder a eleição do comitê gestor, inventaram uma manobra anti - regimental para roubar nosso voto.

Dizer que quem está inadimplente não pode votar é um absurdo, feito somente por ditadores desesperados e que queremos banir de nossa mente. Infelizmente esses aprendizes de ditadura esqueceram que vivemos em um país democrático, por tanto iremos esgotar todos os direitos que temos e já começamos pela denúncia desta aberração no ministério público e justiça.

Sabem quem eles querem que vote? São os lojistas que estão tomando conta do camelódromo, gente que nunca sofreu nas ruas com a chuva, frio ou sol e que agora estão contaminando um projeto social, gafanhotos que querem devorar os verdadeiros donos do camelódromo e com isso transformar nossa casa em um shopping para burguês.

E AI VAMOS ACEITAR QUE CALEM NOSSA BOCA?

Acreditamos que não, por isso estamos preparando uma grande paralisação e temos certeza que os verdadeiros “camelôs” vão nos acompanhar, pois se não for assim logo todos estaremos fora. Olhem para o lado e percebam o que estamos dizendo.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Chamado à população!!

Carta à população

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Camelódromo sangra...

... e o sangue que escoa é dos trabalhadores que acreditaram em um projeto inclusivo que ajudaria centenas e centenas de famílias. Na verdade, não passou de um engodo. Defendíamos a construção deste espaço por que pensávamos que a prefeitura de Porto Alegre tinha um compromisso conosco, os camelôs. O que se mostrou é que a SMIC e seu secretário Idenir Cecchin agem em defesa da Verdi construções (empresa que construiu o camelódromo) e mandam a tropa de choque da polícia para dentro de nossa casa para espancar e correr os verdadeiros donos do camelódromo.

Um absurdo! Nós que acreditamos no projeto e nos secretários que prometeram tanto, fomos enganados. Uma afronta aos camelôs e à população que confiou no projeto e assinou um cheque em branco para prefeitura. Pois olhe o que aconteceu, nós podemos ser despejados, centenas de trabalhadores. Para onde vamos? Para as ruas é claro, pois não podemos ficar sem dar o essencial para nossas famílias, casa e comida.

Não somos vigaristas e nem vagabundos como diz o secretário. Queremos honrar nossos compromissos, só que para isso temos que vender e, para vender, temos que ter público! Dissemos isso desde a inauguração no dia 09/02/09.

Por sua vez, a Verdi e a prefeitura de Fogaça não fizeram nada, pelo contrário, eles disseram e dizem: “FORA! TEMOS QUEM QUER ESSE ESPAÇO”. Os nossos substitutos, com certeza, não são camelôs e sim empresários gananciosos que querem ocupar aquele espaço valioso no coração da cidade sem pagar nada por isso.

Pedimos a toda a população que, assim como nós, confiou neste projeto que nos ajude a enfrentar os enganadores do povo. Apelamos à população, por que também ela nos queria fora das ruas e aceitou pagar a conta do camelódromo. Se não der certo, todos nós seremos prejudicados.

ASSINE NOSSO ABAIXO-ASSINADO PARA SALVAR TRABALHADORES DO DESESPERO E DESEMPREGO.



Juliano C. Fripp

Representante do Camelódromo

domingo, 21 de março de 2010

A injustiça perdeu para resistência!

Treze meses após a inauguração do camelódromo, onde dizíamos que espaços criados não eram realmente para camelôs, que acreditaram no projeto, hoje se consuma nossa interpretação. O secretário Cecchin veio com todo o seu poder de secretátio, com a anuência do prefeito Fogaça e cassou 14 bancas com o claro interesse de retirar trabalhadores inocentes, começando por alguns para chegar à sua meta final que é a de excluir todos os 200 camelôs do bloco B do camelódromo. Isso prova que aquelas especulações iniciais de que o bloco B seria feito para um grande empreendedor se confirma. Só que o secretário e seus seguidores não contavam com a resistência de valorosos soldados que juntos enfrentaram o sistema e conseguiram a admiração e o respeito da sociedade, da mídia, da câmara dos vereadores e agora também do ministério público ( conforme reportagem em anexo) que se pronunciou e defende que o camelódromo é um projeto social, e é nisso que nós acreditamos. Portanto,tem que ser preservado como tal e com isso fez com que a SMIC voltasse atrás e prorrogasse as negociações, mostrando que Cecchin errou ao caçar bancas de injustiçados que querem honrar seus compromissos, só que não conseguiram e não vão conseguir enquanto a VERDI e a PREFEITURA não fazerem sua parte.

Juliano C. Fripp

A injustiça perdeu para resistência!

reportagem correio do povo

Camelódromo: até dia 5 as negociações



As negociações entre os camelôs inadimplentes e a Prefeitura de Porto Alegre podem ser feitas até o dia 5 de abril. O acordo foi motivado pela inconformidade de lojistas do Shopping do Porto diante da interdição de 14 bancas, acusadas de não cumprirem com responsabilidades contratuais e de não pagarem alguns meses de aluguel.

Conforme o trato - feito na presença da Verdi, empresa que administra o Camelódromo, e dos secretários municipais da Produção, Indústria e Comércio, Idenir Cecchim, e de Gestão e Acompanhamento Estratégico, Clóvis Magalhães, - nenhuma das partes pode iniciar a ocupação dos espaços até a data combinada. O prazo deve servir para que manifestem os seus argumentos sobre o caso diretamente ao Ministério Público - que afirmou pretender preservar a finalidade social do empreendimento.

Para Juliano Fripp, representante do Comitê de Lojistas, os comerciantes têm o desejo de permanecer no local. "Vejo com surpresa a manutenção dos lacres nas bancas. Mas vamos negociar."



GERAL > correio@correiodopovo.com.br

quarta-feira, 17 de março de 2010

A verdade encomoda!!

Eliana,

agradeço por ter respondido meu email e também ter colocado tua opinião para todos que pertencem a minha rede. Tua preocupação é pertinente, já que trabalhas para Verdicon, quero te esclarecer de algumas coisas que acho que tu não sabe: não fui eu quem fez a investigação, além da jornalista existe um juiz federal no caso; o senhor Leandro só saiu do camelódromo em dezembro; se existem tantos inadimplentes é por que esse projeto não deu certo e nem vai dar da maneira que está sendo administrado, não é com revistas e desfiles que vamos colocar público nesse espaço que é nosso, de camelôs e para nós foi construido. Não é com o pensamento só em dinheiro que vamos solucionar nossos problemas, já que a prefeitura prometeu um projeto social. Temos que diminuir os aluguéis de quem está escondido em espaços minúsculos, como funciona em qualquer shopping, onde quem está na frente paga mais do que quem está atrás. Temos de investir em capacitação, mercadorias, mudança de layout, acessos para entrada de público, nada disso é feito pela Verdicon, pelo contrário nem o medidor de luz que foi prometido pela dona Elaine e senhor Casagrande colocaram no bloco B. Nada do que pedimos para alavancar nosso camelódromo é aceito, a não ser ações que valorizam os donos do empreedimento. Quero te dizer que realmente é a SMIC que despeja os donos do camelódromo, mas obedecendo ordens de vocês (Verdicon) e quanto a procurar o gabinete do prefeito quero te dizer que já procuramos e não foi nem uma nem duas vezes. E vimos lá que na verdade fomos enganados, pois nada do que foi prometido foi ou vai ser cumprido, pois a prefeitura tem um acordo com a Verdi e nesse acordo nós fomos vendidos. E tendo essa visão, temos que nos protejer e não difamar e por isso procuramos e procuraremos todos os nossos direitos, seja na justiça, ministério público, mobilizações e manifestações. E como excelente jornalista que é e te conheço tens que concordar, a verdade não deve ser escondida de baixo do tapete. Eliana, como sabes, sou representante do camelódromo, eleito pelo voto, aí te pergunto: quantas vezes tu me procurou para juntos fazermos algo positivo para nossa casa? Nenhuma! Teus chefes não deixam, pois sabem como eu penso. Tenho o compromisso de defender pessoas que foram enganadas e injustiçadas e jamais mudarei minha opinião, nem por todo dinheiro do mundo.

Um abraço do amigo Juliano

Opinião da acessora de comunicação da Verdi

Juliano,

muito obrigada por me enviar este material. Eu como jornalista fui realmente investigar se estava acontecendo isso e constatei que o Sr. Leandro foi dispensado do trabalho em novembro. Desde novembro ele não trabalha mais no Camelódromo. Gosto de receber tuas informações, mas temos que cuidar para não difamar alguém ou alguma empresa sem verficar a informação antes. E a imprensa está ligada nisso.

Outro detalhe que gostaria de entender é que com todas as ações que a Verdi vem fazendo para capacitar as pessoas, colocando dinheiro do seu bolso criando eventos como desfile de modas, revistas que estão sendo distribuídas por toda a cidade, enfim tentando levar mais gente ao Shopping do Porto...por que essa difamação? Sabe eu vejo da seguinte forma...cada vez que se procura a imprensa para falar mal do camelódromo mais pessoas se afastam dali, consequentemente mais compradores se inibem de ir no local, onde ocorre brigas, etc...Por que vcs não vão atéo gabinete do prefeito fazerem suas reivindicações.

Acho importante essa fiscalização de vcs, mas acredito que o tiro está sendo dado para o lado errado. Quem fecha as lojas é a SMIC, quem decidiu o local foi a SMIC, prefeitura, vc sabe disso. Sabe também que tem pesosas que desde que chegaram lá não pagam o aluguel e abrem suas bancas em torno das 17hs e fecham às 20hs.

Estamos do teu lado e vamos sempre divulgar o que está errado. Mas enviar notícias a imprensa sem verificar antes é complicado.

Conversa com a Elaine e Casagrande e tira tuas dúvidas. Fomentar a discordia não vai dar em nada...

obrigada e conta comigo,

Eliana

terça-feira, 16 de março de 2010

Mais uma conquista do movimento social

INFORMATIVO MARÇO 2010-03-16
No dia 15 de março de 2010, segunda-feira, foi aprovado, na Câmara Municipal, o Projeto de Lei que prevê a instituição do Fundo do Estacionamento para o Camelódromo. O projeto tem por objetivo criar um mecanismo para prover melhorias na estrutura do prédio, na qualificação dos comerciantes, e principalmente visa ao zoneamento das bancas diminuindo assim os aluguéis tanto no bloco B como em setores do bloco A. Além disso, o projeto permite ainda que as dívidas atrasadas de aluguel sejam progressivamente abatidas.

Estiveram presentes dezenas de camelôs, que lotaram um dos lados das galerias do auditório principal da Câmara. O Projeto de Lei, de autoria do vereador Tony Proença, foi discutido e defendido também pelos vereadores Sofia Cavedon, Fernanda Melchionna e Ayrton Ferronato. Além destes, todos os vereadores, líderes de todas as bancadas, discursaram favoravelmente à implantação do projeto. A votação foi quase unânime – 31 votos a favor e uma abstenção. Uma conquista importante foi ainda a possibilidade de os próprios camelôs poderem eleger seus representantes para o comitê fiscal que coordenará as atividades do fundo – sem a interferência do governo ou da empresa Verdi.

Por fim, esta foi mais uma conquista da articulação e da mobilização coletiva. Foi um pequeno passo rumo à vitória maior – que é a permanência sustentável nos espaços do Camelódromo. Enfim, a luta de mais de um ano vem dando frutos, frutos esses que todos os comerciantes poderão em breve colher.

Juliano Carriconde Fripp – representante dos comerciantes populares

VEREADOR TONI PROENÇA APÓIA OS CAMELÔS


FONTE:http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=22756&codp=1451&codni=3


O Fundo de Fomento ao Camelódromo
Toni Proença


A Câmara de Vereadores de Porto Alegre aprovou, dia 15 de março, o projeto que cria o Fundo de Apoio e Fomento ao Centro Popular de Compras, o Camelódromo, um projeto que busca oferecer uma alternativa para que os comerciantes populares lá estabelecidos se desenvolvam enquanto empresários, incrementem estratégias de vendas e empreendam suas atividades com êxito. O projeto aprovado busca possibilitar aos comerciantes populares, às empresas concessionárias dos CPCs e à prefeitura de Porto Alegre uma alternativa sustentável para enfrentar dificuldades interpostas pela troca de modalidade dos comerciantes populares, anteriormente denominados camelôs. Os CPCs são equipamentos novos na cidade e necessitam ser apropriados culturalmente pela população, que habitualmente acorria às bancas de camelôs, anteriormente localizadas no passeio público e, portanto, de mais fácil acesso.
Esse novo quadro tem gerado dificuldades aos comerciantes populares para movimentarem seus negócios e, em consequência, quitarem suas obrigações locatícias e condominiais, impostas por essa nova realidade e que antes, enquanto vendedores de rua, não existiam. Também, em razão do baixo acesso de consumidores em alguns setores do CPC, as vendas se reduziram, inviabilizando os negócios de muitos. Ao persistir essa realidade, a própria existência do Camelódromo, que visa a proporcionar condições dignas de trabalho aos comerciantes populares e, ao mesmo tempo, revitalizar áreas da cidade antes tomadas por camelôs, está ameaçada. Não podemos voltar para trás, com uma cidade tomada de camelôs nas ruas. Uma mudança de cultura desse porte exige alternativas para que o empreendimento dê certo. É um dever da cidade se engajar para que o Camelódromo - tão importante para Porto Alegre, em especial para o comércio do Centro Histórico - dê certo. A criação do fundo de apoio e fomento não é toda a solução, mas é um meio possível para o desenvolvimento dos empreendedores e do próprio empreendimento.
Vereador/PPS

Acordo pode ter sido desfeito na calada da noite pelo secretário Cecchin

Smic pode ter fechado nesta noite bancas inadimplentes do Camelódromo

Informação ainda não foi oficialmente confirmada

A Secretaria Municipal da Indústria, Comércio e Produção (Smic) pode ter interditado, por volta das 22h, as seis bancas cujos proprietários permaneciam inadimplentes na ala B do Shopping do Porto Camelódromo, no Centro de Porto Alegre. O titular da Pasta, Idenir Cechin, não descartou, nem confirmou que a operação tenha ocorrido. O fiscal responsável pelo trabalho não atendeu às ligações da reportagem da Guaíba.

Para o representante dos comerciantes, Juliano Fripp, a suposta ação, fora do horário comercial, configurou um "desrespeito" a dois acordos: um firmado, nessa tarde, com base no projeto aprovado na Câmara criando uma espécie de fundo de caixa para permitir aos inadimplentes recorrer a linhas de crédito, e outro negociado, ainda na semana passada, com o secretário municipal de Gestão, Clóvis Magalhães. "A este último, a Prefeitura sequer nos deu resposta", criticou.


Fonte: Rádio Guaíba

segunda-feira, 15 de março de 2010

COMPROMISSO POLÍTICO-JURÍDICO NEGOCIADO ENTRE A SMIC, A EMPRESA VERDICOM E O REPRESENTANTE DAS/OS COMERCIANTES POPULARES NO COMITÊ GESTOR DO CHAMADO CAMELÓDROMO.

Caro companheiro Juliano e caras companheiras vereadoras. Lamento enviar a proposta que redigi, tão atrasada, tentanto encaminhar uma solução para os impasses atuais do nosso povo lá do camelódromo. Em telefonema que mantive ontem de manhã com o Clovis Magalhães me pareceu que ele tinha concordado em prorrogar o nosso prazo até segunda-feira, para essa redação (ele queria a assinatura de vocês e do Pedro Ruas e que não fosse um documento "extra-judicial" como eu sugeria mas sim um documento "político"...). Com a mídia publicando,na tarde de ontem, a disposição do Cecchin de, hoje, executar de novo a truculência anterior, tive que redigir as pressas isso aí. Do ponto de vista jurídico, adianto a vocês que é um documento bem pouco adequado às exigências legais. Em todo o caso, para que nem Cecchin nem Clovis digam que a gente não propôs nada, isso é mais do que nada. Coragem! Um abraço do Jacques


COMPROMISSO POLÍTICO-JURÍDICO NEGOCIADO ENTRE A SMIC, A EMPRESA VERDICOM E O REPRESENTANTE DAS/OS COMERCIANTES POPULARES NO COMITÊ GESTOR DO CHAMADO CAMELÓDROMO.

Os/as signatários/as deste compromisso, o DR. IDENIR CECCHIN, secretário de Indústria e comércio do Município de Porto Alegre, o Dr. CLOVIS MAGALHÃES, secretário deGestão Estratégica do mesmo Município, O Sr. JULIANO CARRICONDE FRIPP, representante dos comerciantes populares no Comitê Gestor do chamado camelódromo, o Dr; NOEDI CASAGRANDE, representando a empresa VERDICOM, as vereadoras SOFIA CAVEDON eFERNANDO MELCHIONNA, como interessadas nessa negociação, considerando:

O insucesso, verificado até aqui, de obtenção de um acordo, relacionado com os direitos e as obrigações jurídicas decorrentes da locação atípica que a empresa VERDICOM celebrou com centenas de comerciantes populares, que atualmente exploram a venda de suas mercadorias no chamado camelódromo:

A conveniência de se estabelecerem condições claras e objetivas, de parte a parte, para que a execução dos ditos direitos e obrigações possa ser feita sem prejuízo de qualquer delas, e comprometem e acordam o seguinte:

Fica estabelecida a obrigação das/os comerciantes populares atualmente em débito com o valor dos aluguéis para com a locadora Verdicom, que tenham recebido notificações administrativas e, ou citações judiciais, pagarem o valor correspondente a janeiro passado, no próximo dia 15 e o valor correspondente ao mês de fevereiro, no dia 22 do corrente. A amortização do saldo devedor pendente será feita no valor de R$100,00 (reais) mensais, vencimento no dia 5 (cinco) do mês seguinte ao vencido, sem prejuízo do pagamento pontual dos aluguéis que se vencem a cada semana.

Aquelas/es que ainda não receberam tais notificações ou citações e, igualmente, estejam em atraso, quitarão as suas dívidas amortizando-as no valor de R100,00 (cem reais) mensalmente, sempre no dia 5 (cinco) do mês seguinte ao vencido. Remanesce a obrigação do pagamento do aluguel semanal contratualmente fixado.

Fica ressalvada a hipótese de algum/a das/os comerciantes populares entender de negociar dita amortização em separado, nos valores que contratar com a credora.

É obrigação aqui reconhecida pelos representantes do Município de suspender, de imediato, todo e qualquer efeito jurídico das notificações administrativas já expedidas.

Fica estabelecida de comum acordo a data de 22 do corrente para que os medidores de energia dos blocos A e B sejam separados, ficando cada bloco com um medidor exclusivo.

Reconhecida pelos ora compromitentes, a inferioridade de renda que está se verificando nas vendas do Bloco B, fica aberta desde agora a possível renegociação dos valores cobrados das/os comerciantes populares que possuem estandes nesse bloco.

A retirada imediata da ação judicial que as/os comerciantes populares movem contra o Município de Porto Alegre, fica condicionada a contra-partida de a empresa Verdicom, por sua vez, desistir de toda e qualquer ação judicial proposta contra as/os mesmos comerciantes populares.

Por terem lido este instrumento particular, e estando de pleno acordo com os seus termos, assinam-no em obediência aos princípios constitucionais que regem um Estado democrático de direito e uma democracia autenticamente participativa.

PORTO ALEGRE, 12 DE MARÇO DE 2010

DR. IDENIR CECCHIN Dr. CLOVIS MAGALHÃES

JULIANO CARRICONDE FRIPP. Dr. NOEDI CASAGRANDE

SOFIA CAVEDON FERNANDA MELCHIONNA




domingo, 14 de março de 2010

CLÁUDIO BRITO COMENTA A SITUAÇÃO DOS CAMELÔS DE POA

ALÔ PESSOAL

Clique no link abaixo e confiram o comentário de Cláudio Brito que diz tudo aquilo que é verdadeiro, dito por uma pessoa que estudou muito nosso assunto e deduziu que estamos certos e que precisamos de ajuda. 

http://mediacenter.clicrbs.com.br/templates/player.aspx?contentID=104747

sábado, 13 de março de 2010

Acerto sobre as dívidas no Camelódromo fica para a semana que vem



Encontro na Secretaria Municipal de Gestão foi marcado para segunda-feira

A reunião prevista para esta sexta-feira entre o secretário municipal de Gestão, Clovis Magalhães, e os comerciantes inadimplentes do Camelódromo foi transferida para segunda-feira.

Conforme o representante do grupo, Juliano Fripp, o adiamento vai servir para os ajustes finais do texto a ser assinado entre os lojistas, Prefeitura e a Verdi, empresa responsável pela administração do Shopping do Porto. Na proposta, ficam determinados o pagamento dos aluguéis atrasados de janeiro e fevereiro deste ano e a prestação das parcelas de 2009.

A concessionária admite concordar com os termos desde que eles sejam fixados dentro de um Termo de Ajuste de Conduta, com o aval do Ministério Público. Os boxes fechados pela Smic foram reabertos.

Fonte: Rádio Guaíba

sexta-feira, 12 de março de 2010

IMPRENSA REGISTRA OS ACONTECIMENTOS NO CAMELÓDROMO


FONTE: RÁDIO GAÚCHA E ZEROHORA.COM

BM admite que pode ter havido exagero em ação policial no Camelódromo da Capital

Confusão ocorreu devido à reclamação de camelôs inadimplentes durante interdição

O sub-comandante do 9° Batalhão da Brigada Militar (BM), major André Luís Woloszyn, admite que pode ter havido exagero por parte dos policiais em ação, hoje, no Camelódromo de Porto Alegre. Os brigadianos foram chamados para dar apoio a fiscais da (Smic) durante interdição de bancas no local. A confusão ocorreu devido à reclamação de camelôs inadimplentes do bloco B.

Segundo Woloszyn, o caso será apurado pela corporação:

— Estamos avaliando uma notícia sobre a utilização de um bastão por parte de um dos nossos policiais militares em defesa de funcionários da Secretaria.

Cerca de 20 pessoas foram até a prefeitura de Porto Alegre, onde houve uma manifestação. Os inadimplentes tiveram uma reunião com o secretário de Gestão da Capital, Clóvis Magalhães. Eles terão até amanhã ao meio-dia para apresentar proposta de renegociação da dívida.

Fiscais da Smic interditaram três bancas. Houve reação dos camelôs e pelo menos um comerciante teria ficado ferido em confronto com a BM. O representante do comitê gestor do Camelódromo, Juliano Fripp, diz que foi registrado, no Palácio da Polícia, boletim de ocorrência contra a fiscalização da Smic e a BM por agressão e racismo.

A Smic também registrou ocorrência na BM por desobediência contra três pessoas por desrespeitarem a portaria de interdição de três lojas. Segundo a Secretaria, os lacres foram violados e as bancas reabertas sem autorização, contrariando medida judicial.

Comentários

jair da silva leal

Denuncie este comentário11/03/2010 20:37
Tem gente que é fraco por natureza mesmo, a hora que a rosca aperta salta para qualquer lado, para salvar seu cargo. Admitir que houve exgero em ação PM antes da apuração é uma demonstração de fraqueza. Manda apoiar os fracos da prefeitura, que se escondem atrás dos brigadas e depois salta fora. Por que a prefeitura não toma as medidas legais, junto ao judiciário, ao invés de usar a BM para resolver seus problemas. Chama os devedores e tenta um acerto antes. Demonstração de fraqueza total.

Interdição de bancas provoca confusão no Camelódromo da Capital

Entre sete e 11 pontos de vendas devem ser fechados hoje pela Smic por falta de pagamento de aluguel

Atualizada às 16h40min
Fiscais da Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio (Smic) com apoio da Brigada Militar (BM) interditaram três bancas inadimplentes no Camelódromo da Capital. A equipe pretendia fechar 11 bancas, mas houve reação dos camelôs e pelo menos um comerciante teria ficado ferido em confronto com a BM.

Segundo o assessor de imprensa da Smic Ocimar Pereira, os responsáveis pelas bancas não pagaram nenhum aluguel ao longo de um ano e estão devendo, em média, R$ 8 mil cada.

— A inadimplência é mínima. De 800 bancas são apenas essas que dão problemas. Demos vários prazos para o pagamento e o último encerrou na segunda-feira. Mesmo assim, a Smic foi tolerante e deu mais uma chance até hoje. Cinco deles ainda acertaram parte da dívida, mas o restante não pagou nada — disse ele.

De acordo com Pereira, as bancas serão lacradas e os donos terão prazo de cinco dias para quitar a dívida. Se o pagamento não ocorrer, suplentes devem ser chamados em breve para ocupar os espaços.

Contraponto

O representante do comitê gestor do Camelódromo, Juliano Fripp, critica a ação da Smic e da BM, que classificou como "arbitrária e inconsequente". Segundo ele, o secretário da Smic, Idenir Cecchim, havia feito um acordo com os camelôs inadimplentes para o pagamento de dois meses e mais R$ 100 mensais até quitar o restante da dívida.

— O acordo não foi cumprido e Brigada ainda veio para bater em companheiros. Um camelô foi atingido por cassetete e machucou o braço. Vamos fazer exame de corpo delito e prestar queixa — disse Fripp, que organiza um protesto da categoria na frente da prefeitura nesta tarde.


Vinte bancas do Camelódromo de Porto Alegre serão interditadas

Espaços teriam sido alugados ou vendidos, prática considerada ilegal

Nos próximos dias, 20 bancas do Camelódromo serão interditadas pela prefeitura por atraso superior a seis meses de pagamento de aluguel. Na semana passada, um grupo de comerciantes ingressou com um recurso na Justiça para tentar impedir a cobrança, mas teve o pedido de liminar (decisão judicial provisória) negado. Dos 200 proprietários do Bloco B, 140 foram notificados por inadimplência.
Entre as bancas, estão as 687, 688 e 689, todas do Bloco B, entre as avenidas
Júlio de Castilhos e Mauá. A reportagem do Diário Gaúcho mostrou que esses boxes não estão mais com os proprietários de origem. Os espaços que oferecem livros, bíblias, CDs, DVDs e adesivos de cunho religioso teriam sido alugados ou vendidos, no final do ano passado, para um homem identificado apenas como Luís Neves.
Ontem, o jornal tentou de novo um contato por telefone com Luís, mas ele não atendeu às ligações. Segundo a Smic, a prática é proibida por lei e será investigada.
– Se estiverem mesmo alugadas, os proprietários serão chamados para encerrar as atividades – afirmou Walter Souza Correa, chefe de licenciamento e fiscalização da Smic.
DIÁRIO GAÚCHO
Boxes 
não estão mais com os proprietários originais - Vinícius Roratto
Boxes não estão mais com os proprietários originais
Foto:Vinícius Roratto

quinta-feira, 11 de março de 2010

MINISTÉRIO PÚBLICO DENUNCIA: VERDICOM TEM LIGAÇÕES COM A ULBRA

fonte:http://www.sinpro-rs.org.br/extraclasse/mar10/sind1.asp




Ex-vice-reitor da Ulbra administra camelódromo
Empresa gestora do CPC tinha sede na Universidade e é alvo de denúncia dos camelôs no Ministerio Público



Leandro Becker (D), ex-vice-reitor da Ulbra, durante depoimento na Justiça Federal


Leandro Becker, ex-vice-reitor da Ulbra, dá expediente em Porto Alegre nos escritórios da Verdicon, empresa responsável pela construção do Centro Popular de Compras (CPC) e que hoje administra o empreendimento conhecido popularmente como Camelódromo. Durante oito anos, a empresa funcionou no campus Canoas da Universidade, período em que multiplicou seu capital em mais de 20 vezes.


Em fevereiro de 2010 completou-se o primeiro ano de operações do CPC sem que as polêmicas em torno do negócio cessassem. Depois de ter sido alvo de investigação do Ministério Público (MP) por construir um estacionamento sem autorização do município – hoje administrado pela EPTC –, na última semana de fevereiro os camelôs ingressaram com uma nova ação no MP. Desta vez eles tentam barrar a iniciativa dos administradores de despejar os inadimplentes, condição de mais da metade dos comerciantes do local, segundo lideranças dos lojistas.


“Eles não pensam no espaço e na maneira de ganharmos dinheiro. Não se preocupam com a nossa condição, apenas com a deles”, lamenta Juliano Fripp, representante dos ambulantes do CPC.


Por “eles”, Fripp se refere às pessoas que ligam a empresa Verdicon à Ulbra – relação que o líder dos camelôs descobriu em setembro de 2009 e que também chamou a atenção do juiz federal Guilherme Pinho Machado em outubro do ano passado, durante os depoimentos dos ex-gestores da Universidade e responsáveis pela dívida de R$ 3,5 bilhões da Ulbra, cobrada através das execuções fiscais em andamento na Vara Federal de Canoas.

Na ocasião, o juiz questionou o interesse do Centro de Desenvolvimento Tecnológico (CDT) na construção do empreendimento – a empresa vinculada à Ulbra retirou o edital de licitação. O ex-reitor, Ruben Becker, afirmou não ter conhecimento da participação. “O senhor também não sabe se o atual administrador do Camelódromo tem qualquer relação com a Ulbra?”, prosseguiu o juiz. “Não, não”, limitou-se a responder Becker, logo interrompido pelo seu advogado.


Quem dá entrevistas à imprensa e representa o CPC é o administrador Noedi Casagrande, irmão do ex-consultor financeiro da Ulbra, Nelson Casagrande – a quem o “corretor” Paulo Reis, um dos investigados pela PF na Operação Kollektor, atribui sua ligação com a Universidade.

Acionado por Nelson Casagrande, Paulo Reis pedia empréstimos em bancos paulistas em nome da Ulbra e usava as empresas New Time, Brasil Sul e Correa e Camargo para cobrar comissão. “Noedi está aqui há tempo, ele era gerente da obra”, confirma o camelô Juliano Fripp.


Outra pessoa chave do CPC é o filho do ex-reitor e seu vice na administração da Ulbra, Leandro Becker, que também dá expediente no terceiro andar do empreendimento. É lá que atualmente fica o escritório da Verdicon, vencedora da licitação em 2007 que deu inicio à construção do Camelódromo. Leandro é responsável judicialmente pela dívida da Universidade e investigado pela PF na Operação Kollektor.

Talvez por isso mantenha a discrição, ainda que ocupe o estratégico cargo de gerente-administrativo da Verdi. “É uma figura muito importante, todas as decisões passam por ele”, revela o líder dos camelôs, Juliano Fripp.


Admitido em agosto de 2009, três meses depois de sair da Ulbra , Leandro deixou de ser assíduo ao trabalho a partir de dezembro. Depois que confirmou sua atividade à reportagem do jornal Extra Classe, em dezembro. “Trabalho aqui há quatro meses, com carteira assinada”, afirma Leandro Becker que parece ter tirado longas férias. Seu contrato é regido pela CLT: trabalha 44 horas semanais, com salário bruto de R$ 5 mil.

Em janeiro voltou a ser visto no local, esporadicamente. Ele continuava utilizando o Polo preto (placas IPU 4698) que dirigia quando o abordamos: o carro está no nome de um dos filhos gêmeos, Giovani Giacomazi Becker, e não consta na lista dos bens da terceira geração de Ruben Becker bloqueados pela Justiça Federal. “A Ulbra não tem nada a ver com o Camelódromo nem com a Verdicon”, defende-se.


Empresa multiplicou seu patrimônio dentro da Ulbra


Criada em 21 de junho de 2000, a Verdicon é uma empresa familiar cujos únicos sócios eram o casal Cleusa e Vilmor Verdi, naturais de Erechim. Quando foi criada, seu capital social era de R$ 150 mil. Nove anos depois, quando alterou seu contrato social, trocando o endereço da sede de dentro da Ulbra para o Camelódromo, a empresa possuía um patrimônio de R$ 3,5 milhões.

Transformou-se em uma sociedade anônima e ganhou um diretor-presidente, Volnei Roberto Oliveira.

Para a Universidade, a construtora ergueu os prédios dos cursos de Esporte e Odontologia, o edifício-garagem, uma estação de tratamento e dois anéis de arquibancada para o estádio, além de colaborar como patrocinadora do extinto Sport Club Ulbra por um ano.

Menos de um ano depois de criada, a Verdicon instalou uma central de produção na Ulbra que com o tempo se transformou no seu endereço mais importante. Primeiro, um contrato de comodato de um terreno de 20 mil m² na rua Miguel Tostes (hoje avenida Farroupilha), em Canoas, “entre a Rede de Alta Tensão e a entrada do estacionamento nº 2”, propriedade da Universidade.

Três anos depois, o instrumento foi substituído por um de locação da mesma área, acrescida de 23 mil m².

O pagamento pelo aluguel seria feito através da construção de um galpão e melhorias na infraestrutura do local.

Nesse período, as pesquisas tecnológicas e a produção de um tipo especial de concreto levaram à alteração definitiva do endereço da empresa para dentro do campus. A alteração do contrato social aconteceu em setembro de 2008 por um ofício encaminhado à Junta Comercial.

O documento foi redigido em um papel timbrado da Merconsult Consultoria Empresarial, a empresa dos ex-contadores investigados pela Polícia Federal e responsáveis juridicamente pela dívida da Ulbra, Aérnio Dilkin Penteado, Aérnio Dilkin Penteado Junior e Graziela Gracolli de Lima Maria, que assina o ofício como advogada.



Documentação está confusa

Um dos principais serviços prestados pela Verdicon à Ulbra foi a construção do prédio da Odontologia, selada em um contrato de agosto de 2001. O documento está em total desacordo com as notas fiscais emitidas pela Verdi e com a declaração fornecida pela Ulbra à prefeitura de Porto Alegre confirmando a construção do imóvel.

O contrato estabelece dezembro de 2001 como prazo para a conclusão da obra. Mas os laudos em papel timbrado da Ulbra assinados pelo engenheiro Daison Roberto Lisboa Silveira, chefe da Divisão de Engenharia e Arquitetura da Universidade, apontam que o prédio da Odontologia foi construído entre junho e outubro de 2003, quase simultaneamente ao prédio 55, chamado “Prédio de Esportes”.

Em entrevista ao Extra Classe, Daison confunde ainda mais as datas afirmando que “o prédio da Odonto foi construído muito tempo depois do 55”.

Já o pagamento dos R$ 2.011.257,00 previstos em contrato, deveria ser feito até maio de 2002, segundo acordaram as partes, mas as notas fiscais demonstram que a maioria dos pagamentos (R$ 850 mil) foi realizada entre agosto e dezembro de 2003.

E passados quatro anos da data de assinatura, a Verdicon emitiu duas notas fiscais – que somam R$ 685 mil – em referência a um reajustamento do valor da obra.



Juliano Fripp, líder dos camelôs: todas as decisões no CPC passam por Leandro Becker



Contabilidade aponta adiantamentos diários de R$ 50 mil 

A partir de 2002 o sistema informatizado de contabilidade da Ulbra aponta adiantamentos frequentes destinados à Verdicon. Em 2004, essa modalidade de pagamento está registrada em nada menos do que 131 dias do ano e seus valores somam R$ 6,4 milhões.

Até julho, a maior parte dos adiantamentos era de R$ 20 mil, mas há um, no dia 6 de fevereiro, de R$ 1 milhão. A partir de agosto, passaram a ser de pelo menos R$ 50 mil ao dia.

O sistema contábil da Ulbra também aponta a quitação de notas fiscais com numeração muito distinta do talonário corrente do ano. Em 2005, por exemplo, dá conta do pagamento das notas de número 61, 63, 67 e 74, em dezembro de 2004, as notas emitidas já beiravam os 400. Não há como saber se esses valores de fato foram repassados à empresa ou se foram apenas lançados no sistema contábil sem corresponder a saques ou repasses do caixa.

As cópias de notas fiscais que a reportagem do Extra Classe analisou estão em ordem coerente, em alguns casos seriadas e apresentam pelo menos uma irregularidade. As notas de nº 409 e 410, ambas emitidas em 10 de maio de 2005, são duplicadas.

Cada versão traz um carimbo diferente do setor de pagamentos, indicando que podem ter sido quitadas duas vezes, o que significaria R$ 2 milhões.



 Família Deboni comanda empresas


Oficialmente a Verdicon deixou o endereço da Ulbra nos primeiros dias de 2009, quando o Camelódromo foi inaugurado.

Apesar disso, numa placa na fachada do antigo endereço ainda é possível ler o nome da empresa. Quem ocupa o prédio oficialmente é a empresa de engenharia Siscobras. Ao menos é o que demonstra um documento, sem data, intitulado “Notificação de Cessão e Transferência de Contrato”, firmado por Vilmor Verdi.

Através do instrumento ele solicita transferência do contrato firmado com a Verdi para a Siscobras. O papel cita anexos que não foram encontrados pelo departamento jurídico, o “Contrato de Cessão e Transferência” e o “Estatuto da Empresa Cessionária”.

Uma rubrica de Ruben Becker e um “de acordo” escrito de próprio punho demonstram o consentimento do ex-reitor. No Camelódromo, a informação é que é possível obter dados da empresa tanto na filial de Erechim como na de Canoas.

Na Ulbra os funcionários também não fazem distinção. A Siscobras foi registrada na Junta Comercial no mesmo dia em que a Verdicon informou ao órgão sua mudança para o CPC, em 2 de janeiro de 2009. O sobrenome de seus sócios é o mesmo do procurador da Verdicon: Deboni. É ele quem assina o contrato com a prefeitura de Porto Alegre para a construção do Camelódromo.

Deboni Engenharia também era o nome de uma firma de Erechim, cujo processo falimentar corre na Justiça Estadual. O síndico da massa falida é Vilmor Verdi, proprietário da Verdicon, que agendou entrevista com o Extra Classe, mas não compareceu.

JORNAL DO CAMELÓDROMO

Quadro de conquistas e eventos
DATA
EVENTO
ESPAÇO DE ATUAÇÃO
AGENTES ENVOLVIDOS
14.01.09
Vistorias: Ministério Público; SMOV
Camelódromo
ASFERAP, camelôs, empreendedor, SMIC, SMOV
09.02.09
Inauguração do Camelódromo
Camelódromo
ASFERAP, SMIC, empreendedor
16.02.09
Eleição de Juliano Comitê Gestor
Camelódromo
ASFERAP, SMIC, UAMPA, empreendedor
05.03.09
Primeira Reunião dos Camelôs
Camelódromo
ASFERAP, comerciantes populares
06.03.09
Protesto de fechamento das bancas
Camelódromo
ASFERAP, imprensa, conselheiros, políticos
31.03.09
Desfile de Modas
Camelódromo
ASFERAP, imprensa, comerciantes populares
23.04.09
Assembléia Temática Desenv. Econ.
Assembléia Legislativa
ASFERAP, comerciantes populares, agentes estatais
30.04.09
Tribuna Popular
Câmara de Vereadores
ASFERAP, comerciantes, vereadores, imprensa
05.05.09
Segunda Reunião dos Camelôs
Camelódromo
ASFERAP, comerciantes populares
07.05.09
Reunião com secretário da SMIC
SMIC
Juliano, Neca e Moisés
11.05.09
Primeira reunião do Comitê Gestor na Câmara de Vereadores
Câmara de Vereadores
Juliano, Casagrande, vereadores
19.05.09
Segunda reunião do Comitê Gestor na Câmara de Vereadores
Câmara de Vereadores
ASFERAP, vereadores, SMIC, prefeitura, comerciantes populares, imprensa, empreendedor
02.06.09
Terceira reunião do Comitê Gestor na Câmara de Vereadores
Câmara de Vereadores
ASFERAP, vereadores, SMIC, prefeitura, comerciantes populares, imprensa, empreendedor
01.07.09
Quarta reunião do Comitê Gestor na Câmara de Vereadores
Câmara de Vereadores
ASFERAP, vereadores, SMIC, prefeitura, comerciantes populares, imprensa, empreendedor
25.08.09
Quinta reunião do Comitê Gestor na Câmara de Vereadores
Câmara de Vereadores
ASFERAP, vereadores, SMIC, prefeitura, comerciantes populares, imprensa, empreendedor
26.08.09
Reunião e Protesto na Prefeitura
Paço Municipal e Prefeitura
ASFERAP, comerciantes populares, prefeitura, vereadores, Secretário de Gestão, imprensa
15.09.09
Reunião e Protesto na Prefeitura
Paço Municipal e Prefeitura
ASFERAP, comerciantes populares, prefeitura, vereadores, Secretário de Gestão, imprensa
22.09.09
Reunião e Protesto na SMIC
SMIC
ASFERAP, comerciantes populares, prefeitura, vereadores, SMIC, Secretário de Gestão, imprensa
28.10.09
Sexta reunião do Comitê Gestor na Câmara de Vereadores
Câmara de Vereadores
ASFERAP, vereadores, SMIC, prefeitura, comerciantes populares, imprensa, empreendedor